quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pra não Enlouquecer

Pra não Enlouquecer
(Zumbira)

Quando a tarde se esvai serena
O negro do céu semeia estrelas
A lua sai para dançar brilhante
E eu fico sem par, errante

E entre tantos becos tantas ruas
Tantos sonhos e realidades cruas
Sinto frio, sinto fome, sinto sede
Sinto-me jogado contra a parede

Vejo corações partidos aos pedaços
Outros calados, firmes, como se de aço
Por que os felizes são tão raros?
Será o amor artigo assim tão caro?

E se soubéssemos não mais teria graça
È consultar cigana sem temer trapaça
Então melhor é a surpresa de encontrar
Sem poder prever a hora certa ou o lugar

Na madrugada estrelas tão diversas
E pelas ruas, bares, bocas, mil conversas
Procuro no silêncio a paz e o delírio
Será que nunca saberei o que eu prefiro?

Quando a noite se despede e vai embora
E o sol semeia raios pelo mundo afora
O coração se lembra de bater
E eu cansado quero adormecer

Mas sigo alerta e tomo um café
Para esperar um pouco mais de pé
Não posso e não quero desistir
Antes do por-do-sol hei de sorrir

E ao meu redor pessoas tão compenetradas
Com suas vidas sempre tão disciplinadas
Parecem me dizer
Que essas regras são pra não enlouquecer

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