segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Amargo

(Zumbira)

Amargo é o não, dito com certeza
A falta completa de delicadeza
Amargo é o desejo sem reciprocidade
Quando esquecer é uma necessidade

E quem conhecerá o doce sem o amargo?
E quem me ajudará a carregar esse fardo
Amargo e ter que pedir por resignação
Quando no fundo me devora a indignação

Amargo é o tempo que anda sem parar
Independente de quem está a chorar
E passa sem que nada se possa fazer
E depois que passa, nada mais a dizer

Amargo é o vazio que queria estar cheio
Amargo é o amor que morreu por receio
Amargo é querer sorrir e não ter motivos
Amargo é querer morrer estando vivo

E quem conhecerá o doce sem o amargo?
E quem me ajudará a carregar esse fardo?
Amargo é amar e não ser amado
Amargo é ter chance e chegar atrasado

Amargo é o chocolate que acompanha o vinho
Amargo é passar tanto tempo sozinho
Amargo é o remédio que trará a cura
E depois de tanto amargo que venha a doçura

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Desenferrujar

Há algum tempo eu queria escrever
Desenferrujar sentimentos com versos
Ignorando as rimas e a métrica
Descobrindo arte em pedra bruta
Não tenho pretensão, mas tenho pressa
A vida é muito curta, quase nada
E só o amor bem cuidado resiste ao tempo
Que passa igual e é sempre relativo.