quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ampulheta

Ampulheta
(Zumbira)

Não se incomode
A areia da ampulheta se esgota
Mas é só areia...
Os sonhos não se esgotam jamais
Brotam como água teimosa em meios as pedreiras
E de gota em gota formam o turbilhão...

A ampulheta ilude
Basta virá-la e se tem de volta o tempo
Mas o tempo não volta atrás
Passado é lembrança, coisa virtual fora de alcance...
Circunstância que a ampulheta tenta dissimular sem sucesso

Que se plante no presente as sementes do futuro
E se possível que se esqueça essa convenção chamada tempo
Pois que somos espíritos e eternos
E o futuro nada mais é do que conseqüência de hoje...

Assim as ampulhetas nada mais serão do que adornos sem função
Literais passatempos
Instrumentos precários criados pelos homem para se auto iludir e pressionar...

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